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Sociedade

Apenas 2% do Fundo Ambiental serviu a conservação da natureza nos últimos quatro anos

O fundo que poderá ter um saco de 600 milhões de euros em 2021 tem sido parco na distribuição de apoios a projetos de conservação da natureza e biodiversidade. Os ambientalistas apontam “falta de transparência” e lamentam a inexistência de apoios aos serviços prestados pelas organizações não governamentais de ambiente na realização do serviço público que prestam. E o ministro do Ambiente reage dizendo que não lhes dará dinheiro algum

Foto LPN José LuÍs Barros

A população de lince ibérico tem prosperado no Vale do Guadiana. O último censo revela que deambulam pelo território alentejano entre Serpa, Mértola, Castro Verde e Alcoutim 107 linces, dos quais 46 crias nascidas na primavera de 2019, informou o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) esta semana. O projeto que permitiu começar a devolver esta espécie de felino à Natureza em Portugal em 2015, envolveu desde então investimentos de milhões, que contaram com a ajuda do projeto luso-espanhol LIFE+ Iberlince e com o empenho dos técnicos do ICNF e de outras entidades. A conservação deste felino — quase dado como extinto em Portugal no início deste século — é um dos escassos exemplos de aposta feita pelo Governo na biodiversidade. Outras espécies gostavam de ter a mesma atenção, mas não a têm.