Sociedade

Covid-19. Spas desconfinam sem zonas húmidas: "As pessoas estavam desejosas de massagens"

A 1 de junho, as massagens e atividades secas nos spas tiveram ordem para reabrir, tal como em salões de estética ou ginásios. Saunas, jacuzzis e banhos turcos ficarão para mais tarde

No primeiro dia da reabertura, o Spa da Quinta dos Machados, em Mafra, virou-se para a opção de massagens no bosque, embora também as faça em salas fechadas, agora com novas medidas sanitárias
Nuno Botelho

Quem entra tem de medir a temperatura e usar máscara. Este é o 'novo normal' no Spa da Quinta dos Machados, em Mafra, no primeiro dia de reabertura após ter estado encerrado devido à pandemia de covid-19 e seguindo orientações especiais da Direção-Geral da Saúde (DGS).

"As pessoas estavam desejosas de fazer massagens, e também por utilizar as piscinas, é sempre o que mais nos perguntam quando fazem reservas", adianta Margarida Almeida, presidente executiva da Amazing Evolution que é gestora da Quinta dos Machados, lembrando que a piscina do hotel reabriu na semana passada, após ter luz verde do Governo, e agora sob regras como restringir a metade os lugares em cadeiras, que são desinfetadas com álcool-gel após cada utilização.

A 1 de junho, e na última fase do desconfinamento de atividades planeado pelo Governo, também as massagens passaram a ser autorizadas, quer em salões de estética, em ginásios ou em spas. A parte aquática dos spas, como saunas, jacuzzis e banhos turcos, permanece encerrada ao público e sem prazo para reabrir até haver ordens da DGS, à semelhança de estânciais termais. Os balneários também ficam, para já, interditos.

Neste regressar à vida, o spa da Quinta dos Machados também está a virar-se para a modalidade de "massagens no bosque", uma opção que já tinha disponível "mas agora faz mais sentido" por ser ao ar livre, e tirando partido da sua extensa área exterior com 12 hectares, a pegar com a Tapada de Mafra.

No interior do spa foi montado um plano segundo as indicações da DGS de forma a ter o espaço seguro: as massagens são feitas sob marcação, com terapeutas e restante pessoal de máscara ou viseira, não se podem usar os balneários e as salas são desinfetadas após cada utilização. Só é atendida uma pessoa de cada vez, com intervalos mínimos de meia hora até chegar outro utilizador. O mesmo se aplica ao pequeno ginásio localizado no interior do spa, onde só pode estar uma pessoa de cada vez (ou familiares e conviventes). Cada utilização é limitada a meia-hora, seguida de um processo de desinfeção.

"Antes de serem autorizadas, já estávamos a ter muitos pedidos para massagens. As pessoas andavam a perguntar há umas duas semanas quando é que voltávamos a ter massagens, e também estavam muito ansiosas por saber quando podiam voltar às piscinas. Tivemos reservas que não se concretizaram porque as piscinas ainda não podiam funcionar", refere Margarida Almeida.

Seguir 47 medidas "super-restritas" do selo 'Clean & Safe'

O facto de a massagem envolver toque direto no corpo não é crítico, segundo a responsável. "As massagens são algo que se faz para bem-estar e relaxamento. Se as pessoas sentirem que os espaços estão devidamente higienizados, não tem qualquer problema", garante.

"E temos o selo de 'Clean & Safe', com 47 medidas super-restritas, e em cima disso ainda criámos medidas adicionais e manual de procedimentos interno", faz notar ainda Rita Albergaria, responsável de operações da Quinta dos Machados.

É esperada uma boa afluência às massagens na quinta turística sobretudo no próximo fim-de-semana, em que as reservas no hotel já estão a 70%, nestes tempos o seu máximo de capacidade uma vez que não está a funcionar com a totalidade dos quartos e faz no mínimo um dia de intervalo entre saídas e chegadas dos clientes dos quartos.

"É um espaço muito arejado, temos a vantagem de ter uma zona de bosque super-ampla para se fazerem passeios, e é isso que vai ser a preferência das pessoas", frisa Margarida Almeida, que também é gestora de uma série de outras unidades turísticas, apontando que, apesar de todas as incertezas, as reaberturas dos hotéis "estão a correr muito bem nas zonas fora de Lisboa, estamos com um ritmo de reservas muito bom no Alentejo, mas também em zonas como Ericeira ou Mafra".

A par da Quinta dos Machados (que nunca encerrou, mesmo durante o estado de emergência), outros hotéis que preparam a reabertura também decidiram ter os spas a funcionar com as recentes autorizações. Os clientes não poderão ainda ficar imersos nas águas borbulhantes dos jacuzzis, nem utilizar saunas ou banhos turcos, mas pelo menos poderão fazer massagens ou outras terapias em ambientes secos.

Nos hotéis que a Vila Galé vai reabrir a 9 de junho, os spas também vão estar a funcionar, mas sob restrições. “Os clientes poderão fazer massagens e tratamentos, mas sempre mediante marcação prévia. As terapeutas usarão o necessário equipamento de proteção individual e, após cada utilização, a sala é desinfetada", enumera Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo hoteleiro.

As piscinas interiores também vão estar a funcionar nos hotéis Vila Galé que vão reabrir, "com o devido espaçamento entre espreguiçadeiras, que serão desinfetadas após cada utilização", conforme frisa Gonçalo Rebelo de Almeida. Capacidade reduzida e marcação prévia também será a regra nos ginásios dos hotéis.

Além de se poderem fazer em ambientes de hotel e spa, as massagens também foram autorizadas aos ginásios (que tiveram, eles próprios, luz verde para reabrir a 1 de junho), salões de estética ou cabeleireiros.