Andreia, 37 anos, nasceu com um útero incapaz de gerar vida, mas nunca aceitou que uma malformação a impedisse de ser mãe. Perdeu a conta aos médicos que consultou, chegou a falar com a equipa sueca que fez o primeiro transplante uterino, até que se rendeu à evidência de que, para ela, a maternidade só chegaria através de uma ‘barriga de aluguer’. Quando a gestação de substituição foi legalizada em Portugal, iniciou o processo com o marido, João, e foram dos poucos a levá-lo quase até ao fim: cumpriam todos os critérios e tinham até a gestante que iria acolher-lhes a gravidez. Mas o Constitucional chumbou-lhes o sonho e fê-los agarrarem-se à solução que tinham deixado para último: ir para fora, depositar as esperanças, e poupanças, numa clínica de fertilidade em Tbilissi, na Geórgia, onde a prática é legal e os valores são menos inacessíveis a dois funcionários públicos.
E correu quase tudo bem. A gestante avançou na gravidez à segunda transferência de um embrião, criado com material genético de ambos, e à distância o casal foi-lhe acompanhando o crescimento, mês a mês, da morfologia perfeita à revelação do género — é uma menina —, através dos vídeos das ecografias enviados por e-mail, onde até lhe ouviam o coração.
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