República Democrática do Congo. Um surto viral já matou mais de 6500 crianças e continua a espalhar-se pelo imenso território deste país africano de quase 90 milhões de habitantes. Não, não se trata da pandemia da covid-19 nem do vírus ébola, mas de uma doença bem mais conhecida e muito antiga, o sarampo. Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) admitem que seja o maior surto documentado num país desde que surgiu a primeira vacina, em 1963. E há mais de 10 milhões de casos por ano em todo o mundo, sendo 140 mil fatais. Esta é uma consequência imprevista, entre as doenças infecciosas, de uma pandemia que fez parar o mundo pela primeira vez na História. Assim, mais de 20 países em desenvolvimento já suspenderam as campanhas de vacinação contra o sarampo, porque a prioridade vai agora para a mobilização dos profissionais de saúde na luta contra a covid-19. Só que nos países pobres a taxa de mortalidade do sarampo ronda os 3% a 6%, podendo atingir os 30% nos piores surtos, segundo a OMS. A revista cientifica “Nature” descreve o que se passa de uma forma muito convincente: quem tem covid-19 infeta em média duas a três pessoas, mas no caso do sarampo são 12 a 18 pessoas. Ou seja, “é o vírus mais contagioso que conhecemos”.
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