Os dois infetados por Covid-19 confirmados esta terça-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) foram contaminados pelo vírus através da mesma linha de transmissão de um dos dois primeiros casos divulgados em conferência de imprensa na manhã de segunda-feira pela ministra da Saúde, Marta Temido, e pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
A informação estava ambígua no comunicado que deu conta dos dois novos casos e não foi confirmada esta terça-feira por fonte da DGS, contactada pelo Expresso. No entanto, o boletim epidemiológico divulgado na noite desta terça-feira não deixa margem para dúvidas: refere que há “dois casos importados, um da Itália e um de Espanha” e “dois contactos de caso confirmado Covid-19”.
A informação contém ainda uma correção face à anteriormente prestada: esta terça-feira, a DGS anunciou que os dois novos infetados tinham 60 e 37 anos. Porém, o homem mais velho diagnosticado esta terça-feira tem afinal 49 anos (nasceu em 1970). Os dois casos confirmados na segunda-feira são relativos a homens de 60 e 33 anos.
Em relação ao distrito de origem, um dos novos infetados é residente no distrito de Lisboa (estará no Hospital Curry Cabral) e o outro em Coimbra (que estará no Hospital de São João, no Porto). Os dois casos de segunda-feira são de residentes no distrito do Porto. Estes quatro casos apresentaram febre, tosse e dores musculares (cada um destes sintomas apresentado por duas pessoas) e são referidos também dores de cabeça e fraqueza generalizada por um dos casos.
O boletim precisa que em Portugal, até às 16h00 desta terça-feira, houve 101 notificações de casos suspeitos, desde janeiro de 2020. Em termos mundiais, citando dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, refere 90.663 casos confirmados, 3043 óbitos e transmissão comunitária ativa na China (Continental e Hong Kong), Irão, Itália (Emília-Romanha, Lombardia, Piemonte, Veneto), Japão, Singapura e Coreia do Sul.
O comunicado elenca ainda as principais medidas implementadas para prevenção e controlo da doença. Em termos de preparação e coordenação foi constituída “uma equipa de peritos/especialistas (taskforce) de preparação e resposta à emergência de saúde pública” e criado “um grupo de trabalho para constituição de uma reserva estratégica de medicamentos, dispositivos médicos e equipamentos de proteção individual”.
Em termos de vigilância é referida a “ativação da Linha SNS24 para triagem e encaminhamento de casos suspeitos” e a “investigação epidemiológica de todos os casos”. Na comunicação de risco, insere-se a divulgação de comunicados diários e, entre outras medidas, a “articulação com os parceiros institucionais para amplificar a disseminação da informação”.