Sociedade

Covid-19. Costa pede a quem tiver sintomas para ficar em casa: direitos são iguais para trabalhadores do público e privado

Primeiro-ministro salienta ainda a importância da Linha Saúde24 para despistar potenciais vítimas de contágio. Diretora-geral da Saúde garante que serviço tem estado em “sobrecarga” mas a funcionar “bem”

O primeiro-ministro, António Costa, com a ministra da Saúde, Marta Temido, durante uma visita ao centro de contacto do SNS24, em Lisboa
JOSÉ SENA GOULÃO

A melhor maneira de evitar que o coronavírus se espalhe em Portugal é “contactar a Linha SNS24” e permanecer em casa se houver suspeita de sintomas. Para além disso, António Costa frisou que os portugueses têm de ser “menos efusivos nos cumprimentos” - em causa estão os beijos e os cumprimentos como forma de saudação (e de possível transmissão do vírus).

“Devemos manter uma distância razoável, sem falta de educação, mas mantendo um comportamento de respeito para com os outros", salientou o primeiro-ministro, no âmbito de uma visita ao centro de contacto da SNS24, em Lisboa, onde os enfermeiros atendem as chamadas provenientes de todo o país.

A previsão é que esta segunda-feira se volte a “bater um recorde” no atendimento de chamadas, revelou o chefe de Governo, salientando o número de 7.300 chamadas relativas a possível sintomas no domingo, das quais apenas uma pequena parte originou uma deslocação ao hospital para verificar a hipótese de o doente ser portador de infeção.

“A Direção-Geral de Saúde vai dando as recomendações e temos de as ir repetindo. Por vezes são tão simples que as pessoas ficam na dúvida se serão suficientes: por exemplo, quando se diz que lavar as mãos é o método mais eficaz de evitar contaminação. Se estivermos doentes não basta lavar as mãos, mas se nos sentirmos saudáveis é fundamental evitar o contacto com as pessoas, num balcão de café ou a apertar a mão a alguém“, resumiu António Costa.

O primeiro-ministro salientou ainda que os profissionais do sector privado não serão discriminados face aos do sector público no caso de ficarem impedidos de se deslocar para o local de trabalho devido a uma infeção, possível ou confirmada. “O mecanismo corrente são as baixas, para que todos os direitos sejam respeitados”, salientou, lembrando que o ministro da Economia se reúne esta segunda-feira com associações empresariais para fazer uma avaliação do impacto económico do Covid-19.

Graça Freitas garante que Linha SNS24 tem estado a funcionar “bem”

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, garante que a Linha Saúde 24 tem estado a funcionar “bem”, apesar da “sobrecarga” que tem sofrido devido às questões relacionadas com o Covid-19 e a gripe sazonal, que também está no seu período de maior atividade.

No âmbito da visita em que acompanhou o primeiro-ministro, António Costa, foi notado que estão 107 enfermeiros a trabalhar em simultâneo.

Além disso, foi destacado o trabalho da Linha de Apoio ao Médico (LAM-DGS), que serve para validar os casos suspeitos do novo coronavírus.

“No domingo, a LAM atendeu 500 pessoas. Algumas foram enviadas pela própria Saúde 24 mas a linha também foi solicitada diretamente por médicos, para validar com outros médicos especialistas se o historial dos últimos 14 dias era compatível com um caso suspeito” de infeção, esclareceu.

Graça Freitas disse esperar ainda que o número de chamadas para a linha se mantenha alto - e que continue a subir - quando se registar “transmissão ativa comunitária”, ao invés de casos “importados”, como os dois confirmados até agora em Portugal. “A experiência diz-nos que após essa fase tudo volta ao equilíbrio - as coisas passam a encarar-se com alguma normalidade.”