Se o sucesso de uma escola secundária fosse medido pelos resultados que os seus alunos obtêm no 1.º ano da faculdade e não com base nas médias nos exames nacionais, o ranking que daí resultaria seria muito diferente? A hipótese foi testada por duas investigadoras olhando para o desempenho de mais de nove mil estudantes da Universidades do Porto (UP) e do polo da Católica (UCP) da mesma cidade e o resultado foi claro. No topo deste ranking alternativo só existem escolas públicas, com as privadas a serem remetidas para o final da lista.
O estudo de Maria Conceição Silva (Faculdade de Economia da UCP) e Ana Camanho (Faculdade de Engenharia da UP) foi recentemente publicado e, ainda que os resultados tenham de ser lidos com precaução, por causa das características da amostra (há secundárias que contribuem com muitos estudantes e outras com poucos), são claros e sugerem várias conclusões. De uma lista de 64 secundárias com alunos colocados em 65 cursos daquelas duas instituições de ensino superior, as 15 que preparam estudantes com mais sucesso na faculdade (em termos de notas e número de cadeiras concluídas) são públicas. No extremo oposto da lista, ou seja, entre as 15 cujos alunos apresentam menos sucesso ao fim de um ano, 60% são do ensino particular e cooperativo.
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