“Esta página [da greve] está virada”, palavra de primeiro-ministro. Dito de outra forma: a greve dos motoristas de matérias perigosas terminou no domingo e tudo deverá regressar à normalidade em “dois ou três dias”, garantiu António Costa, após uma rápida passagem pela Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) esta segunda-feira.
Como já era esperado, o primeiro-ministro anunciou o fim da crise energética - declarada a 9 de agosto - a partir das 24 horas de hoje. Nas próximas horas, o primeiro-ministro irá reunir em Conselho de Ministros para confirmar a sua decisão. “Estamos em condições de reunir o Conselho de Ministros electrónico e de aprovar o fim de declaração de crise energética para as 24h de hoje”, disse Costa.
O primeiro-ministro anunciou também o fim da rede REPA exclusiva a partir das 10 horas de hoje. Após a mesma hora, todos os portugueses poderão passar a abastecer 25 litros. “Levaremos dois a três dias a ter uma normalidade plena no abastecimento”, assumiu.
Inquirido pelos jornalistas se as Forças Armadas foram usadas mais do que o necessário durante a paralisação, António Costa fez questão de lembrar que era necessária uma resposta com “força” à greve. “Estamos muito gratos ao serviço que as forças armadas e de segurança desempenharam no quadro da legalidade democrática e no quadro das competências no âmbito da crise energética”, frisou.
Segundo Costa, a ausência de problemas de maior durante a greve da semana passada não foi obra do acaso. “Foi obra das medidas que foram adoptadas, com base num planeamento da ENSE e calibradas na declaração de crise energética, na definição de serviços mínimos e da requisição civil”, disse.
Quanto às críticas de Rui Rio, que o acusou ontem de “exagero” com “fins eleitorais”, Costa voltou a lembrar a paralisação no mês da Páscoa. “Eu sei que há pessoas que têm a ideia de que não haveria problema se nada tivéssemos feito, mas eu recordo-me que em Abril, quando não houve um empenho tão forte do conjunto dos nossos recursos, quais foram as consequências”, atirou o primeiro-ministro.