Sociedade

Há mais de 51 mil vagas no concurso de acesso ao ensino superior: saiba quem tem mais e menos

Candidaturas arrancam esta quarta-feira. Número total de lugares é praticamente o mesmo do ano passado. Politécnicos de Lisboa e Porto são os mais penalizados pelas novas regras de fixação de vagas

São ao todo 51.568 as vagas disponíveis no concurso geral de acesso ao ensino superior que arranca esta quarta-feira. O número, que se distribui por 1087 licenciaturas e mestrados integrados, é praticamente igual ao do ano passado (apenas mais oito lugares), ainda que, como consequência das novas regras fixadas pelo Ministério, haja instituições que tenham aproveitado para aumentar a oferta e outras que se viram obrigadas a reduzir, pelo menos nalguns cursos.

No caso das universidades e politécnicos de Lisboa e Porto, que em 2018 tiveram todas de cortar 5% das vagas, as novas orientações determinaram a redução, na mesma dimensão, nas licenciaturas que não tiveram no ano passado nenhum candidato em 1ª opção com média igual ou superior a 17 valores. Apenas se admitia a exceção das formações em competências digitais e ciências de dados. Os mais afetados acabaram por ser os politécnicos de Lisboa (com menos 55 lugares para o próximo ano letivo) e do Porto (menos 43).

Nas universidades de Lisboa (Nova e Clássica) a diminuição é menor. E a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril também não escapou aos cortes: menos 12, depois de no ano passado já ter perdido 21.

Já no caso do ISCTE e da Universidade do Porto há mesmo um aumento, de 62 e 55 vagas, respetivamente. É que o despacho também prevê o aumento da oferta em todos os cursos em que os candidatos em 1ª opção com média igual ou superior a 17 valores superaram em 2018 o número de vagas.

O Ministério estabeleceu um mínimo de 5% e um máximo de 15% e as universidades de Lisboa e do Porto – as únicas que tinham cursos que cumpriam este critério de “excelência” - optaram pelo máximo em todos os 11 cursos elegíveis. Apenas o de Arquitetura no Porto ficou excluído em virtude da sua taxa de desemprego ser mais elevada do que a média.

O ISCTE, por seu turno, aproveitou a possibilidade de criar mais cursos, sem limites, desde que essa oferta fosse na área das competências digitais e em ciências de dados. Foi o que aconteceu ao abrir a licenciatura em Ciências dos Dados.

Mais vagas no interior

Quanto às instituições sedeadas em regiões com menos pressão demográfica, foi permitido também um aumento de 5% em formações na área do digital e ciências de dados e também nas áreas consideradas estratégicas para a especialização da instituição.

Os politécnicos de Bragança e da Guarda, por exemplo, aumentaram a oferta em 39 e 35 vagas respetivamente. Mas outras instituições optaram por manter a sua capacidade.

Por determinação também do Ministério, a oferta em Medicina está congelada e os alunos contarão com os mesmos 1441 lugares que em 2018.

Contas feitas aos dois últimos anos em que a fixação de vagas esteve condicionada a critérios geográficos – numa tentativa do Ministério do Ensino Superior diminuir a concentração de alunos nas duas maiores cidades -, Lisboa e Porto viram a sua oferta reduzida em 1106 lugares e o resto do país passou a contar com mais 1128. Ainda assim, as áreas de Lisboa e Porto concentram 41% do total da oferta.

As candidaturas ao ensino superior são feitas online, no site da DGES e decorrem até 6 de agosto. Os resultados serão afixados a 9 de setembro. O Ministério estima que o número de candidatos seja semelhante ao ano anterior (um pouco abaixo dos 50 mil) face aos resultados nos exames nacionais conhecidos na semana passada.