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Expresso

Sociedade

Na felicidade ninguém é inocente

Seis filhos, cinco pais. Várias perguntas, o mesmo tema: a felicidade. E depois a psicologia explica as respostas. Esta quarta-feira é o Dia Internacional da Felicidade

As imagens escolhidas dos momentos felizes de Carla com Tiago e Diogo (em cima à esquerda), Afonso com Jorge (em baixo à esquerda), Rodrigo e a mãe Sandra (ao centro), Ana e João ( em cima à direita) e Salomé com Laura

Marta Gonçalves

Joana Beleza

Era a primeira viagem de Tiago e Diogo, foram com a mãe, Carla, a Itália.

Sandra levou o filho Rodrigo a um dos seus lugares preferidos no planeta.

Ana e João tinham acabado uma partida de pingue-pongue enquanto Salomé pegou na filha Laura e foram apenas dar um passeio ao sol.

Jorge foi para a praia com um dos filhos, Afonso.

Pedimos a Carla, Tiago, a Diogo, a Sandra, a Rodrigo, a Ana, a João, a Salomé, a Laura, a Jorge e a Afonso fotografias de cada um desses momentos felizes e que nos explicassem o que é a felicidade. E fizeram-no: “Ser feliz é estar contigo”.

“Não são os outros que fazem a felicidade, somos nós. Mas são os momentos em que estamos com os outros que nos fazem felizes”, explica ao Expresso Cristina Quadros, presidente da Delegação Regional do Centro da Ordem dos Psicólogos Portugueses e também uma das organizadoras da conferência “Bem-Estar: O que diz a Ciência sobre a felicidade?”. “Isto não quer dizer que o que fazemos aos outros não contribui para a felicidade deles. Claro que a atenção que damos, a gentileza ou a gratidão contribuem. Não são processos isolados, estão todos em ligados. Somos seres sociais e só podemos ser felizes com os outros. No entanto não são os outros que nos fazem felizes.”

Da forma mais resumida possível: é o momento que provoca felicidade. “Na felicidade ninguém é inocente”, diz a psicóloga, e “é terrível se estivermos à espera que os outros nos façam felizes”. É “uma dependência horrível”.

A fórmula da felicidade

50% é hereditário.

40% é de cada um de nós.

10% é do contexto em que estamos inseridos.

A fórmula é apresentada pela investigadora da Universidade da Califórnia (EUA) Sonia Lyubomirsky, que assim define a felicidade: “É a experiência da alegria, do bem-estar e do contentamento combinado com uma vida sentida como boa, com significado e propósito”. A hereditariedade está, logicamente, relacionada com questões genéticas e com o ambiente em que nascemos e crescemos. “Se uma criança cresce num ambiente feliz tem mais probabilidade de ser feliz do que uma criança que cresce num ambiente em que isso não acontece”, aponta Cristina Quadros. Os 40% da nossa responsabilidade estão ligados ao que fazemos diariamente, enquanto os pequenos 10% das circunstâncias - “que às vezes tanto peso damos” - têm que ver com o país onde nascemos, o género, se somos ricos ou pobres, saudáveis ou doentes.

Embora a neurociência explique cientificamente a felicidade - que implica a libertação de endorfinas e da hormona da ocitocina -, o que nos provoca essa sensação é subjetivo. “Está relacionado com as nossas vivências.” O momento. E é também por isso que ao longo da vida aquilo que nos faz felizes muda.

“Um bebé consegue entreter-se com uma coisa a que não damos qualquer valor: um papel ou fio”, exemplifica Cristina Quadros. “A noção de bem-estar tem que ver com as emoções positivas e também com a novidade: se comer um pedaço de chocolate pode ser uma emoção muito positiva, embora comer muitos pedaços de chocolate pode já não o ser, porque se repete e normaliza.”

E as crianças são mais felizes que os adultos? “Tomara que fosse assim.” Por norma, têm o conceito do bem material menos presente e por isso não fazem depender a felicidade de coisas externas. A casa e a família chega-lhes. “No entanto, a criança só está bem quando as pessoas à sua volta estão bem e tranquilas. Em Portugal isso está difícil, as famílias estão stressadíssimas. E quem não está tranquilo não pode ser feliz”, sublinha Cristina Quadros.

A felicidade és tu

- O que é para ti a felicidade? - pergunta a mãe, Salomé.

- Tu - responde a filha, Laura.

Os mais novos indicam sempre a família ou atividades feitas em família como os seus momentos mais felizes. Porquê? Porque hoje ter tempo para estar com aqueles de que mais gostamos é quase uma raridade, diz Cristina Quadros.

“Neste momento há uma coisa que as crianças não têm: tempo de qualidade para brincar com os pais”, aponta a psicóloga. “Nas consultas tenho muitas crianças que me dizem que os pais não brincam com eles e, por um lado, é por isso que valorizam tanto e associam esses momentos à felicidade. A família é também sítio de conforto, em que sentem alegria, segurança. Mesmo os miúdos mais velhos acabam por dizer que é na família que mora a felicidade.”

A felicidade, defende a psicóloga, não é algo do momento. Isso são as emoções. A felicidade é constante no tempo, é a noção de que a vida vale a pena ser vivida. “Andamos pouco atentos a percebermos as pequenas coisas fantásticas que temos todos os dias. Ser feliz nos dias bons não custa nada. O que custa - e é importante cultivarmos isto - é manter o bem estar continuado para podermos lidar com as adversidades.”

Os portugueses estão entre os mais infelizes da Europa. Segundo o “World Hapiness Report”, Portugal está 79º lugar numa lista com 156 países que é liderada por Finlândia, Noruega e Dinamarca. Estamos atrás de México, Honduras, Líbia e Paquistão. O relatório toma em consideração indicadores como a longevidade, o bem-estar, mas também as desigualdades e a pegada ecológica.

“Hoje somos bombardeados com a ideia de que a felicidade se compra. Corremos o risco de acabar convencidos de que vem numa garrafa ou numa embalagem. Os rankings valem o que valem, mas Portugal não está bem e nós sabemos disso… A quantidade de baixas médicas que existem por questões psiquiátricas e de ansiedade, o número de medicamentos que se toma no nosso país...”, lamenta Cristina Quadros, lembrando que fatores como a prática desportiva e a alimentação cuidada, entre outros, são importantes para se estar bem. “Ser feliz dá muito trabalho”.

No entanto, Cristina Quadros vê hoje um ponto de mudança: os jovens estão menos presos aos bens materiais, deixaram de se preocupar em ter casa ou carro, querem viajar e viver.

“Não precisa de estar tudo bem para sermos felizes.”

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