Uma ambulância do INEM incendiou-se ao final da manhã deste domingo no hospital de Torres Novas, soube o Expresso. Não houve vítimas. Não há ainda informação oficial sobre o sucedido, mas fontes contactadas pelo nosso jornal falam de veículos envelhecidos, já com muito uso.
O veículo incendiado é uma ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV), que estava na base, isto é, dentro do hospital. Estas ambulâncias são tripuladas por dois elementos, um técnico de emergência pré-hospitalar e um enfermeiro. Ambos estão bem. A ambulância não teria nenhum doente a bordo.
Já depois de a notícia ter sido avançada pelo Expresso, fonte do INEM esclareceu o nosso jornal sobre o incidente: "A Ambulância de Suporte Imediato de Vida de Torres Novas realizou hoje um serviço de emergência médica pré-hospitalar às 8h14 que terminou às 11h00. O incidente ocorreu às 11h48 com a Ambulância parada, parqueada nas urgências do Hospital." O INEM acionou então os Bombeiros Voluntários de Torres Novas e a PSP. Pelas 13h30m "o INEM colocou uma Ambulância SIV ao serviço, em substituição da acidentada".
A viatura SIV em questão "beneficiou de uma grande reparação no mês de dezembro de 2017, tendo sido colocado um motor novo, com dois anos de garantia, num investimento de mais de 10.000 euros", esclareceu ainda a mesma fonte do INEM. A ambulância "entrou ao serviço como SIV de Torres Novas no dia 21 de maio de 2018. A viatura tinha atualmente 157.083 km, sendo que o motor novo tinha menos de 10.000 km de funcionamento. A última intervenção ocorreu no dia 10 de maio de 2018 com a colocação de um novo conversor."
Incidentes como este (e outros: ontem uma ambulância no Algarve parou por falta de medicamentos) mostram uma situação de falhas no sistema, conforme o Expresso revelou na edição deste sábado. Na reportagem "INEM em estado crítico", o jornal mostra uma situação de bases degradadas, viaturas sem manutenção, equipamentos desadequados, fármacos em falta ou escassez de profissionais, como sintomas identificados na emergência pré-hospitalar. A Ordem dos Médicos exige medidas de ‘suporte avançado de vida’ imediatas.
Ao instituto são apontadas deficiências em todas as áreas. Bases que não são condignas, viaturas nos limites de segurança, material desadequado para cuidados de emergência no exterior, medicamentos não repostos atempadamente, escalas com mínimos, falhas na assistência ou autismo na comunicação. E quem critica diz-se prejudicado, razão pela qual os testemunhos ao Expresso foram feitos sob anonimato.
Para ler a reportagem do Expresso, que relata vários casos, LEIA AQUI.
(Nota: a notícia foi atualizada pelas 19 horas com as respostas oficiais do INEM)