Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente do INEM e ex-responsável pela Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, foi detido durante a manhã desta terça-feira pela Polícia Judiciária, sob suspeita de corrupção ativa e passiva e crimes conexos, no âmbito de uma investigação relacionada com o negócio do plasma. O caso envolve a farmacêutica Octopharma, empresa de Lalanda de Castro, ex-patrão de José Sócrates. A notícia foi avançada pelo “Correio da Manhã” e já confirmada pelo Expresso junto de fonte da PJ.
Em causa está a apropriação indevida de cerca de 100 milhões de euros pertencentes ao Estado. Há buscas a decorrer em Lisboa, no Ministério da Saúde, na sede do INEM e da ARS de Lisboa; no Porto, há buscas na ARS Porto e no Hospital de São João.
Após ter feito parte do júri do concurso no ano 2000, Luís Cunha Ribeiro é suspeito de ter entregue à farmacêutica Octapharma o monopólio do negócio da venda do plasma sanguíneo aos hospitais públicos portugueses.
Cunha Ribeiro terá sido subornado por Lalanda de Castro, presidente da Octapharma, com dois apartamentos de luxo: um em Lisboa, outro no Porto. Ambas as casas eram propriedade da Convida, sociedade imobiliária que pertencia a Lalanda de Castro.
Para a primeira habitação em Lisboa, terá sido simulado um contrato de arrendamento a Cunha Ribeiro, mas na prática nunca pagou qualquer valor significativo enquanto lá viveu. Quanto à habitação no Porto, o ex-presidente do INEM adquiriu-a à Convida – mas por valores muito abaixo do mercado.