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Duelo

“Segundas-feiras sem carne” no Parlamento?

O PAN fez a proposta para o Parlamento, de forma a que se dê um exemplo de vida saudável. Mas a ideia é muito polémica

SIM Implementar um dia vegetariano por semana na Assembleia da República pode parecer simples, mas carrega uma mensagem poderosa. As “segundas-feiras sem carne” são um convite a refletirmos sobre o impacto das escolhas alimentares, não só na nossa saúde mas também na saúde do planeta e no bem-estar dos animais. Vivemos uma urgência climática, e este é o último Governo que pode agir em tempo útil, antes do ponto de não retorno, tendo por isso uma responsabilidade acrescida. Num momento que exige ação, esta medida pretende ser um exemplo de mudança possível, começando com um compromisso do próprio Parlamento pela sustentabilidade. É um facto que a produção de carne — especialmente a de bovino — contribui para o aumento das emissões de carbono, para o consumo excessivo de água e para a desflorestação. Em Portugal, uma das principais fontes de emissões de gases com efeito de estufa é a agropecuária. Ainda assim, muitos resistem a esta evidência. Foi o caso do ministro da Agricultura, que reagiu a esta proposta argumentando que representaria uma restrição à liberdade de escolha das pessoas. A verdade é que se trata de uma sugestão, um gesto de responsabilidade que pretende inspirar a população. Não podemos continuar a ignorar o impacto que as nossas escolhas alimentares estão a ter no planeta e cujas consequências estão já a bater-nos à porta! Investigadores da Universidade de Oxford concluíram que os consumidores de carne produzem 7,3 quilos de CO2 por dia, enquanto os vegetarianos produzem cerca de 3,8 quilos e quem segue um estilo de vida vegano 2,9 quilos.