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Habitação

Rendas sempre a subir, prédios a cair, casas sobrelotadas ou vazias, frio dentro de portas, pessoas sem teto: o drama da habitação no Porto

Há quem viva em casas sem aquecimento. Há quem more em quartos partilhados ou em edifícios a ruir. E há quem nem casa tenha. No Porto, a habitação deixou de ser um bem acessível para se tornar uma espera longa, incerta e, para muitos, insustentável. Eis os números que traçam o diagnóstico do problema

Nick Brundle Photography

No Porto, a ideia de ter uma casa perdeu o chão. No Porto, casa é sinónimo de privilégio, com a Invicta a enfrentar uma crise habitacional profunda que condiciona a vida diária de milhares de famílias. A recente aprovação da Carta Municipal de Habitação, com maioria na Assembleia Municipal, ainda que com votos contra do Bloco de Esquerda e abstenção da CDU, confirma uma realidade já sentida nas ruas, nos bairros e nas listas de espera dos serviços públicos. O documento reconhece a existência de uma carência habitacional transversal, que atinge todos os territórios do concelho, e define metas para os próximos dez anos, com o objetivo de dar resposta a problemas imediatos e estruturais. Eis os números que retratam a dimensão do problema.