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Teatro & Dança

Teatro: A vertigem do berço de ouro, à moda da Commedia dell’Arte

“A Grande Reunião”, de Mário Botequilha, recorre ao modelo da Commedia dell’Arte para falar de um mundo atual de poder e corrupção. Até 22 de dezembro no Teatro Meridional, em Lisboa

Um espetáculo de Commedia dell’Arte, que faz parte do património profundo do Teatro Meridional
Susana Monteiro

Nunca será demais referir a importância da Commedia dell’Arte na história da arte e do teatro europeus. Desde o século XVI, aquele género que veio da Itália — de Veneza, de Florença, de Mântua, para citar apenas três grandes centros de difusão cultural — percorreu a Europa e apresentou-se nos mais diversos lugares, ao ar livre e em ambientes fechados, perante gente do povo e perante nobres. A Commedia dell’Arte é um curioso caso de um repertório complexo; um repertório de situações e de histórias; um repertório de personagens e de elementos cenográficos. A influência da Commedia dell’Arte na literatura e no teatro europeus é vasta; basta lembramo-nos, fora de Itália, de Shakespeare ou de Molière, por exemplo. As artes plásticas não ficaram atrás, nem a música — Schumann, Richard Strauss e Stravinski são disso exemplo.