Publicada em 1947, esta notável ficção de uma escritora suíça muito discreta, Alice Rivaz (1901-1998), abre com uma frase afiada como um bisturi: “Creio que já não amo o meu marido.” Quem a profere é Jeanne Bornand, datilógrafa de meia-idade que durante o dia passa a limpo textos alheios, no “pseudogineceu” do escritório onde trabalha, e à noite, ou durante as ausências de Philippe em serviço militar, escreve num caderno secreto reflexões de uma honestidade radical sobre o falhanço do seu casamento.
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Livros: o que sobra do amor
Em “A Paz das Colmeias”, a suíça Alice Rivaz ficciona com uma honestidade radical sobre o fim do casamento, num livro em que a protagonista nunca reduz a sua prosa a um mero ajuste de contas, fazendo dela um espaço para gritar à vontade