Na garupa da “besta”, um comboio que atravessa o México até à fronteira com os EUA, crianças agarram-se à possibilidade de alcançar uma nova vida, mesmo sabendo que muitas morrerão pelo caminho, ou serão recambiadas ao chegar ao destino, de volta à origem, ao início de um “pesadelo circular”. Nesse tejadilho onde “o vento/ emaranha os cabelos”, lugar “além do tempo”, ponto de observação privilegiado dos males do mundo contemporâneo, que se instala a poderosa e delicadíssima voz poética de Maria Lis, neste seu segundo livro (o primeiro, de 2023, intitula-se “Turbulenta Forma”).
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Livros: Ouçamos a voz das crianças subversivas
Em “Enclave”, Maria Lis constrói um poema sem freio, inventor da sua própria liberdade formal. E parte do olhar das crianças migrantes para observar os males do mundo contemporâneo