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Livros: Rachel Cusk e os impacientes com o amor

Autora da trilogia “A Contraluz”, a que se associa a autoficção, Rachel Cusk apresenta “Desfile”, um livro de contos que põe em causa a própria ideia de ficção. O elemento constante é este: o artista como caso patológico de uma sociedade onde o amor se extinguiu

Sempre lúcida e inteligente, Rachel Cusk (n. 1967) num livro de contos sobre artistas

Se noutros livros de Rachel Cusk, nomeadamente a celebrada trilogia que compreende os romances “A Contraluz” (2014), “Trânsito” (2017) e “Kudos” (2018), a questão é a famosa “autoficção”, quanta ficção queremos no biografismo, e quanto biografismo na ficção, “Desfile”, que tem o aspecto de um livro de contos, põe em causa a própria ideia de ficção. O que temos aqui são pouquíssimos factos, biográficos ou não, e quase iguais de uma história para a outra.