Com um estilo bombástico, prenhe de tiradas definitivas, sempre apoiado em minuciosos exercícios de close reading, James Wood, o mais influente crítico literário do mundo anglo-saxónico, ganhou uma reputação de “estripador cortês” na revista “The New Yorker”, por demolir certos autores (Paul Auster), apontar o dedo a consagrados (John Updike, Toni Morrison) e cunhar termos depreciativos que entraram no léxico das discussões culturais — por exemplo, “realismo histérico”, aplicado às ficções trepidantes de Pynchon, De Lillo ou David Foster Wallace, romances mastodônticos que ambicionam captar o mundo inteiro e, por isso, “sabem milhares de coisas mas não conhecem um único ser humano”.
Exclusivo
Livros: A mentira verdadeira de James Wood
Em “A Coisa Mais Próxima da Vida”, volume de ensaios, Wood cruza o seu fascínio pelas intrincadas engrenagens das obras dos grandes autores (já esmiuçado em “A Mecânica da Ficção”) com as contingências biográficas de um “único ser humano” bastante concreto — ele próprio