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Exposições: O que vemos nos rostos de Júlia Ventura

Os primeiros tempos da obra fotográfica experimental e despojada de Júlia Ventura, quase totalmente assente no poder expressivo do rosto. Uma retrospectiva centrada no período 1975-1983 patente na Culturgest, em Lisboa, até 29 de setembro

Fotografia de 1975: a artista segurando uma espiga à laia de bigode, que insinua questões identitárias

Os anos 70, década em que se inicia a produção de Júlia Ventura (Lisboa, 1952), foram decisivos para o reposicionamento da fotografia no contexto das artes plásticas. Vários fatores contribuem para essa deslocação: um repensar da própria ideia de documento fotográfico, por vezes associado a manifestações performativas; a erupção das perspetivas e práticas conceptuais que haviam eclodido uns anos antes e que prosseguiram nesse decénio; um interesse pela fotografia como medium plasticamente operacionalizável além das suas relações com as aparências do real; e uma mais estrutural reflexão sobre a natureza da imagem, foram condições que de modo naturalmente diferenciado interessaram muitos artistas.