Por paradoxal que pareça, a primeira coisa que na exposição “Menstruum” a artista Ana Manso faz, é convidar-nos a entrar. Na sua quinta exposição na galeria, a grade que veda a sua entrada habitual e nos conduz no sentido oposto funciona como um repto à ultrapassagem. Ao mesmo tempo avisa-nos que o que vamos encontrar não é uma exposição de pintura pensada para um clínico espaço white cube. Se a sugestão dialética entre interior e exterior já está escatologicamente no título, ela vai confirmar-se em vários outros níveis quer no plano interno da pintura quer na cenografia que a envolve. Falemos primeiro desta última e de como ela se relaciona com as telas.
Exclusivo
Exposições: Para Ana Manso, a pintura não é um ecrã
Uma tensa eletricidade percorre as pinturas de “Menstruum”, na Galeria Pedro Cera, em Lisboa