Agora que a lei sobre a eutanásia anda de Pilatos para Caifás, numa minúcia para que todos os direitos, liberdades e garantias sejam salvaguardados, a chegada de “Sonhar com Leões” às salas de cinema calha que nem cereja no topo do bolo. Melhor calharia se as massas populares não andassem tão encanitadas em sentenciar, entre Montenegro e Pedro Nuno, quem é o mais lindo, em vez de se debruçarem sobre coisas essenciais, que não se decidem num jogo entre preto e branco. Uma dessas coisas é o direito a morrer com decência. “Sonhar com Leões” não se abeira da questão por via político-burocrática, mas por um caminho pouco trilhado, até porque eivado de espinhos e armadilhas: o humor.
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Cinema: será possível falar do direito a morrer e ter graça? “Sonhar com Leões” prova que sim
Numa coprodução entre Portugal, Brasil e Espanha, o realizador Paolo Marinou-Blanco consegue urdir, a fio de ouro e humor negro, uma larga tapeçaria sobre o direito a morrer decentemente