Os filmes do espanhol Jonás Trueba (n. Madrid, 1981), filho do também cineasta Fernando Trueba, estão cheios de memórias de cinema e dos filmes de que o realizador mais gosta, mas esta cinefilia é exposta com subtileza e sem vaidade. Damos por ela, mas é uma cinefilia educada, que sabe estar à mesa sem interromper nem levantar a voz, não causa dano. Os filmes de Jonás Trueba também se socorrem de coisas que, na maioria dos casos, tendemos a pôr de parte ou isolar em cordão sanitário. É um declarado ‘cinema de amigos’, quase sempre dado a personagens egocêntricas que matutam nos seus botões. O foco costuma ser a intimidade, os afetos, as coisas sentimentais, uma paixão aqui, uma ciumeira acolá. Encontros e desencontros. Em pano de fundo, estão os pequenos gestos do quotidiano reconhecidos por todos nós. É um cinema artesanal, caseiro — mas sentimo-lo sempre genuíno, por isso despretensioso.
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Cinema: a festa de divórcio de “Voltareis” tem cores suaves
No novo filme do espanhol Jonás Trueba, Álex e Ale chamam amigos e família para uma festa que deixa toda a gente perplexa. O cinema de Trueba é artesanal, mas sentimo-lo genuíno, por isso despretensioso