É no futuro, está no título. E desde a primeira imagem que percebemos ser um futuro onde talvez não gostemos de viver, ao mesmo tempo que nos damos conta de não estarmos num verdadeiro futuro, no sentido premonitório de serem provavelmente assim, nesse indeterminado devir, as casas, os utensílios, as vestes, os rostos, a tecnologia, os modos das pessoas.
Cronenberg pratica um cinema que é mais do domínio do fantástico que da ficção científica, os seus universos estão tão próximos do surrealismo que criam uma realidade alternativa que se avizinha de nós como um parasita a tentar fagocitar-nos a alma.