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Culturas

Uma exposição para desmontar os mitos que sustentaram o império português em África

O Museu de Etnologia, em Lisboa, concentrou todo o orçamento deste ano na exposição “Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário”, forte aposta para revelar o que está por trás dos mitos que sustentaram o império português em África. A historiadora Isabel Castro Henriques convocou 30 especialistas para escrutinar as narrativas e sabe que vai despertar polémica

Estatueta “Muana Mafeco” (Angola): figura de mulher em madeira, efígie ritual propícia à fecundidade

Roland Barthes afirmava em “Mitologias” (1957) que “o mito é uma fala”. Sobre este raciocínio muitas interpretações de Ciências Sociais se construíram. Sobretudo quando o autor francês acrescentou na mesma obra que “o mito é um sistema de comunicação, uma mensagem”, “é um modo de significação, uma forma”. No Museu Nacional de Etnologia (MNE), em Lisboa, esta tese ganhou corpo na exposição “Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário”. Aí, a mensagem e a forma dos mitos do colonialismo português em África saltam à vista de todos, para concordar e discordar. Mas isto é um debate que ficará para depois das visitas.