“N o espaço ninguém te ouve gritar”, diziam os telões afixados na frontaria do Condes, naquele edifício hoje reduzido à condição de Hard Rock Café, nos Restauradores, em Lisboa. Era o tempo em que, ali à volta, não faltavam salas de cinema — o Eden, o Odeon, o Politeama, o Olímpia, para já não falar do Arco-Íris (no edifício do Coliseu) ou do Restauradores (nos baixos do Éden), o velho ‘Galo’. O príncipe de todos eles era o Condes, onde José Manuel Castello Lopes se gabava de ser capaz de “cheirar o público” em noite de estreia e avaliar, pelas suas reações à fita, se ela iria ter sucesso, ou não. Não faço ideia se ele lá esteve na noite de 10 de janeiro de 1980, quando ali estreou — e o vi, no esplendor de uma cópia em 70 mm — “Alien — O 8º Passageiro” de Ridley Scott, e se previu o seu êxito, mas os seus ‘patrões’ da Fox, lá em Los Angeles, decerto que sim. O filme estreara, havia meses, em todos os principais mercados e fora um estrondo. Daí que, em Lisboa, ocupasse ainda a sala do Império e uma no Quarteto, invulgar aposta comercial, para a época. Valeu.
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O “Alien” vive: a história de uma saga cinematográfica sem fim
Está há mais de 40 anos em cena: uma criatura terrífica, um ser perfeito na arte da sobrevivência. Começou no “Alien” de Ridley Scott, com Sigourney Weaver, e nunca mais parou. O nono ‘volume’ chega agora