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Ranking das Escolas 2020

Rankings. Liderança, ambição e exigência: a receita das escolas para chegar ao topo

Três escolas que se estrearam este ano nos lugares cimeiros dos rankings do ensino secundário partilham a receita do sucesso

É capaz de ser a única escola do país a produzir vinho. “E Alvarinho!”, aponta o diretor da Secundária de Paredes, que conseguiu este ano a terceira melhor média entre as escolas públicas. Acompanha-o, na visita pelas videiras e por outras redondezas verdes, Mário Cruz, o mais antigo professor da Secundária, que já atingiu a idade da reforma mas não concebe “fazer outra coisa a não ser dar aulas”. É Provedor do Aluno, além de docente de Filosofia. Tem como função ouvir os alunos, “andar por aí” com eles e “apagar o incêndio antes de ele começar”.

“Os rankings valem o que valem”, diz, depois de saber que a escola onde leciona há 30 anos conseguiu chegar ao topo das classificações. No desaguar da caminhada, encontramos uma aula de uma turma do 12º onde uma aluna resume a mesma ideia. “Os professores desta escola preocupam-se com o nosso conhecimento, e não só com os resultados que temos. Esse é o ponto essencial.” A aula é de Psicologia e o mote é a amnésia. Nas mesas, vários exemplares d’“O Ano da Morte de Ricardo Reis” anunciam também uma aula anterior de Português. É época de exames, mas Sérgio Cardão, que só veio para completar o último ano antes da universidade, já está a pensar na falta que sentirá quando deixar a escola. “Quando entrei aqui, pela primeira vez senti o que era uma turma.”