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Congresso do PS

Costa despede-se com recados à justiça e a Marcelo: “Podem-me ter derrubado, mas não me derrotaram e não derrotaram o PS”

Na despedida do PS, Costa deixou (novas) críticas a Marcelo, lançou Pedro Nuno Santos para a vitória em março, quis descolar o PS de si próprio e ditou o eixo de ataque para a campanha eleitoral que se segue: “O diabo não veio porque o diabo é a direita” e “só o PS fará melhor do que o PS”

TIAGO MIRANDA

A frase faz lembrar uma outra, dita por Francisco Assis, quando era líder parlamentar do PS de José Sócrates e o PEC IV estava prestes a ser chumbado no Parlamento: “Podem provocar a queda do Governo, mas não vão derrubar o PS”. Na altura, em março de 2011, José Sócrates ainda estava ainda longe de ser acusado na justiça, mas em vésperas de ser obrigado a assinar um memorando de entendimento com a troika devido à situação de bancarrota.

Agora, mais de 13 anos depois, e depois de se ter demitido na sequência de um comunicado que dava conta de que estava a ser investigado no Supremo Tribunal de Justiça por suspeitas de envolvimento num processo judicial, António Costa despediu-se, emocionado, do congresso socialista que vai entronizar Pedro Nuno Santos como novo secretário-geral deixando recados à justiça e, implicitamente, ao Presidente da República, que, no entender do ainda primeiro-ministro, foi quem decidiu dissolver a Assembleia e convocar eleições: “Podem-me ter derrubado, mas não me derrotaram", "nem derrotaram o PS”, disse.