Na última reunião dos órgãos do partido, que aprovou por unanimidade a proposta do líder de abstenção no Orçamento do Estado (OE) para 2025, Pedro Nuno Santos abraçou uma evidência: não havia caminho que não tivesse “desvantagens” para o PS. O beco em que ficou poderia ter um endereço diferente se as opções que foi tomando tivessem sido outras, ainda que sem certezas se não seria uma via igualmente estreita e com muitos obstáculos. Na anatomia de uma decisão contranatura, há muitas indecisões, muita ponderação e hesitação e muitas vezes um caminho solitário, ouvindo poucos e partilhando menos, ainda que falando muito. No fim, fica um partido a fazer cura na oposição, que ganha tempo para a “refundação” que Pedro Nuno Santos quer fazer e para decidir onde se enquadra num panorama europeu com a social-democracia em queda. Enquanto isso, prepara as lutas “além orçamento”.