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PS sentou-se no divã: deputados e dirigentes dividem-se entre chumbo, negociação e viabilização para não normalizar o Chega

A reunião foi longa e animada, com irritações pelo meio e diferentes posições entre os 78 parlamentares socialistas. À tarde, os presidentes das federações socialistas dividiram-se praticamente a meio entre viabilizar ou não. Pedro Nuno não fechou a posição do partido, espera para ver o texto da proposta do Orçamento do Estado

Pedro Nuno Santos à entrada para a reunião da bancada parlamentar do PS
JOSE SENA GOULAO/LUSA

Pedro Nuno Santos entrou na reunião do grupo parlamentar do PS sabendo, poucos minutos antes, que não teria uma contra-contra-proposta do Governo. E também não quis dar a Luís Montenegro uma resposta final sobre se aceitava um acordo. Foi com este braço-de-ferro negocial que o socialista foi ouvir os 78 deputados do partido, deixando a porta aberta para qualquer um dos cenários. Na reunião do grupo parlamentar do PS que decorreu esta quarta-feira à noite, Pedro Nuno Santos foi dizer que ainda não há acordo e que uma decisão só será tomada depois de ver o texto do Orçamento do Estado (OE).

Além de eventuais surpresas que possa conter, o líder do PS quer saber como é que no texto da proposta o Governo resolve a questão do IRC. O socialista apresentou-lhe duas alternativas – não baixar o imposto em 2025 trocando-o por um crédito fiscal ao investimento, ou baixar um ponto com o compromisso de não baixar nos anos seguintes –, mas Luís Montenegro não lhe respondeu positivamente a nenhum dos caminhos. A formulação da proposta poderá ser determinante e por isso, o líder socialista começou a reunião com os deputados a deixar tudo em aberto, ao mesmo tempo que deixa o Governo às escuras.