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Vale de Judeus: Chega critica silêncio de Rita Júdice e vai pedir audição do diretor dos Serviços Prisionais

Para o presidente do Chega é também incompreensivel o silêncio do primeiro-ministro, que ainda não se pronunciou sobre a fuga dos reclusos, esperando que em breve possa dar uma palavra ao país

André Ventura, líder do Chega
MIGUEL A. LOPES/LUSA

O líder do Chega criticou esta segunda-feira o silêncio da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, e avançou que o partido vai solicitar uma audiência do diretor-geral da Reinserção e dos Serviços Prisionais (DGRSP), Rui Abrunhosa Gonçalves, no Parlamento, na sequência da fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no sábado.

“A ministra da Justiça parece que está de férias e entende que não deve pronunciar-se sobre isto. Quer dizer, quatro pessoas mais perigosas fogem de uma cadeia portuguesa, esta cadeia está sob a tutela do Ministério da Justiça e ninguém sabe onde está a senhora ministra?”, questionou André Ventura à margem das Jornadas Parlamentares, que decorrem esta segunda e terça-feira num hotel em Castelo Branco.

Ventura defendeu que será fundamental que sejam assumidas as “responsabilidades políticas” pela evasão da cadeia de Vale de Judeus e prestados os devidos esclarecimentos sobre o sucedido. “Se eu fosse ministro da Justiça era o que faria, , apontar as falhas e dizer que ia lutar para melhorar. Ou assumir a minha responsabilidade ou demitia-me”, acrescentou.

Para o presidente do Chega também incompreensivel é o silêncio do chefe do Governo, que ainda não se pronunciou sobre a fuga dos reclusos, esperando que em breve possa dar uma palavra ao país. "Espero que haja pelo menos uma palavra do primeiro-ministro, que se vestiu de bombeiro para ir a um incêndio, espero que também se vista de guarda prisional para ir à prisão ver o que é que está a acontecer", atirou.

Ventura acusou ainda o diretor-geral da Reinserção e dos Serviços Prisionais (DGRSP), Rui Abrunhosa Gonçalves, de “irresponsabilidade” ao não assumir que houve falha dos serviços, exigindo explicações do responsável na Assembleia da República. O que tem de ser dito, frisou, é que “o Estado português falhou" e o diretor dos Serviços Prisionais "tem de assumir responsabilidades por este falhanço, porque isto é um falhanço que envergonha Portugal”, disse perentório, lembrando que um dos foragidos é um dos criminosos que era mais procurado na América do Sul.

“Recordo duas coisas importantíssimas, uma, que é da responsabilidade de António Costa, foi a desativação das torres e isso trouxe consequências que o sindicato e os guardas alertaram a tempo que ia ser feito, e segunda. E estamos a falar de pelo menos dois destes presos que já tinham estado juntos noutra cadeia e que fugiram exatamente juntos novamente”, apontou ainda.

No domingo, Rui Rocha anunciou que a IL vai requerer também a audição do diretor-geral da DGRSP, Rui Abrunhosa Gonçalves; assim como o presidente do sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Frederico Morais, o presidente da Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional (ASCCGP), Hermínio Barradas e o presidente do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional (SICGP), Júlio Rebelo.

Os liberais vão querer ouvir também com carácter de urgênciaaa ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice e das ex-ministras Francisca Van Dunem e Catarina Sarmento e Castro sobre e evasão de Vale de Judeus.