A Iniciativa Liberal (lL) vai pedir a audição com carácter de urgência da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, e das ex-ministras Francisca Van Dunem e Catarina Sarmento e Castro, entre outras entidades, na sequência da fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no sábado.
Segundo o líder liberal, Rui Rocha, está em causa uma questão de segurança interna e a situação exige um esclarecimento cabal por parte dos responsáveis e autoridades. “Os portugueses querem nesta altura necessariamente mais explicações sobre aquilo que aconteceu", disse perentório numa conferência de imprensa nas instalações do partido em Lisboa.
"Nós consideramos que nesta altura é necessário ter esclarecimentos adicionais e por isso vamos entregar de imediato um requerimento para chamar ao Parlamento com carácter de urgência a ministra da Justiça, Rita Júdice, a ex-ministra da Justiça Francisca Van Dunem, responsável pela reestruturação dos serviços prisionais que ocorreu entre 2017 e 2018, e da ex-ministra mais recente, do último Governo de António Costa, Catarina Sarmento e Castro”, acrescentou.
Para além disso, os liberais vão requerer também as audições do diretor-geral da Reinserção e dos Serviços Prisionais (DGRSP), Rui Abrunhosa Gonçalves; o presidente do sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Frederico Morais, o presidente da Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional (ASCCGP), Hermínio Barradas e o presidente do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional (SICGP), Júlio Rebelo.
“Estas são as entidades que nos parecem ser as que podem contribuir para esclarecer aquilo que se passou, porque uma coisa é certa e isso já foi dito na conferência de imprensa desta manhã pelo diretor dos serviços prisionais que algo falhou. E estamos a falar de uma matéria de segurança que preocupa naturalmente os portugueses, face aos perfis violentos”, insistiu.
Rocha explicou ainda que a evasão da prisão de Vale dos Judeus será também tema do debate de urgência que o partido irá requerer no Parlamento sobre o “estado do Estado” com a identificação de um conjunto de serviços, atividades e processos públicos que não estão a funcionar no país.
Já o Presidente da República defendeu hoje que é preciso dar tempo às autoridades para a investigação e “apurarem o que se passou”, “antes mesmo de haver uma intervenção do Governo, nomeadamente da senhora ministra da Justiça”.