O ano e meio de distância para as eleições presidenciais não impede que a matemática comece a ser feita. Com a direita a somar nomes à lista de potenciais sucessores de Marcelo Rebelo de Sousa, também a esquerda é obrigada a ir a jogo. Augusto Santos Silva era um dos nomes na calha para as presidenciais, mas a falha na eleição para deputado e a falta de apoio consensual no PS abrandou a candidatura. Isso não significa, no entanto, que o antigo presidente da Assembleia da República tenha desistido de voos mais altos, tal como noticiou o Observador. Assim, a presença na reentré do Bloco de Esquerda, este sábado, poderia ser vista como um teste a um possível apoio da esquerda à esquerda do PS. Contudo, o próprio Bloco colocou um travão ao nome do socialista.
“Augusto Santos Silva não veio ao Fórum Socialismo anunciar a sua candidatura presidencial. É alguém que, como outros nomes da área PS que têm falado publicamente [sobre a possibilidade de se candidatarem], não reúne as características do que pode ser a candidatura de alguém que o Bloco possa apoiar”, disse ao Expresso Fabian Figueiredo, líder parlamentar bloquista, após a sessão protagonizada pelo socialista sobre o combate à extrema-direita, este sábado, em Braga. Ainda assim, o garantiu que o partido está “muito agradecido” a Santos Silva por ter aceitado o convite para o evento, que decorre ao mesmo tempo que a rentrée do PS, em Tomar. À chegada, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros recusou fazer qualquer comentário acerca da sua possível candidatura a Belém.