Depois de dois dias de Jornadas Parlamentares focadas no território de Setúbal, o PCP encerrou o encontro com um dos temas que irá afetar este território na próxima década: a construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete. Apesar de haver concordância sobre a localização escolhida pelo Governo – que segue as indicações da Comissão Técnica Independente –, os comunistas não ficaram convencidos com as explicações dadas pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação. Por isso, o PCP irá requerer a presença de Miguel Pinto Luz na Comissão de Economia para dar a conhecer o “calendário”, o “modelo de construção” e o “financiamento” da nova infraestrutura. “Vamos avançar com pedidos de audição na Assembleia da República porque o processo tem de ser acompanhado no Parlamento”, anunciou Paula Santos, líder parlamentar comunista, esta terça-feira, dia 21.

Além do ministro que tutela as Infraestrutura e Habitação, o PCP quer estender as audições aos responsáveis pela ANA/Vinci, entre os quais o ex-ministro José Luis Arnaut, atual presidente do Conselho de Administração da ANA, e pelas Infraestruturas de Portugal. Em causa está a decisão do Governo de ampliar o atual aeroporto da Portela de forma a aumentar o número de movimentos por hora enquanto a nova infraestrutura em Alcochete não fica terminada (a data de conclusão apontada pelo Governo é 2031). Para os comunistas, esta intenção de aumentar o tráfego aéreo é “inaceitável” por incluir “riscos para as populações de Lisboa”, não só em termos de ruído como para a saúde pública e ambiente.