Sem resposta às reuniões que propôs a 19 de março, à saída do Palácio de Belém, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, decidiu pôr agora por escrito a sua propostas e enviar a carta ao primeiro-ministro, Luís Montenegro. No texto, a que o Expresso teve acesso, Pedro Nuno volta a insistir num acordo a alcançar nos próximos 60 dias para aumentos de várias carreiras da função pública: forças de segurança, professores, profissionais de saúde ("de todos e não apenas dos médicos", salienta) e oficiais de justiça.
“Dirijo-me a si na sequência da disponibilidade por mim já publicamente manifestada, reiterando o interesse do Partido Socialista em trabalhar em conjunto com o Governo com o objetivo de construir um acordo que permita encontrar soluções, se necessário em sede de orçamento retificativo, para um conjunto de matérias sobre as quais existe um amplo consenso político e partidário, manifestado durante a campanha eleitoral para as últimas eleições legislativas”, escreve o líder socialista, que apenas especifica as condições para os professores.
“Estamos disponíveis para apoiar a recuperação da totalidade do tempo de serviço dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário, bem como uma revisão da carreira docente que permita reduzir o hiato entre os índices remuneratórios do início e do fim da carreira, de forma a torná-la mais atrativa”, descreve o secretário-geral do PS, que já no encerramento do congresso socialista tinha anunciado que iria propostas nesse sentido.
Pedro Nuno salienta que a “disponibilidade do Partido Socialista para este acordo pressupõe uma negociação prévia com as organizações representativas dos trabalhadores” e manifesta vontade em trabalhar neste acordo de forma a ser possível aprovar as medidas necessárias antes das férias parlamentar: “Estou certo de que será possível trabalhar no sentido de construir esse acordo num prazo de sessenta dias, por forma a resolver a situação destes profissionais da Administração Pública ainda antes do fim do período de funcionamento da Assembleia da República, em julho deste ano.”
Vários partidos já entregaram propostas no Parlamento para garantir os aumentos dos subsídios para as forças de segurança.