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Será que 'não' é mesmo 'não'? Chega acredita em bluff de Montenegro

Sem fé nas linhas vermelhas do PSD, Ventura usa jornadas parlamentares para testar nomes para a bancada no pós-eleições

MIGUEL A. LOPES

A agenda do Chega estará concorrida na próxima semana: este sábado reúne-se o Conselho Nacional, em Lisboa, e na terça-feira o partido vai ao Porto realizar as jornadas parlamentares, que têm como mote “Os desafios da próxima legislatura”. O evento termina na quarta-feira, com um jantar de Natal. Nesta fase, as estruturas depositam uma grande confiança nas sondagens: a última põe o Chega com 16%, Ventura já disse publicamente que espera entre 35 a 50 deputados (será sempre uma “vitória”) e, por isso, a Direção Nacional espera confortavelmente por todos os cenários pós-eleitorais que estarão em cima da mesa.

Um deles é a vitória do bloco à direita, mas tanto o PSD como a IL já descartaram qualquer tipo de acordo governativo que inclua o Chega. “Não acredito no ‘não é não’ de Montenegro. Com a ambição que ele tem há anos, acha mesmo que ia abdicar de ser primeiro-ministro?”, pergunta um parlamentar do Chega, lembrando o exemplo recente de Miguel Albuquerque na Madeira. “Não é para levar a sério”, insiste. O líder do PSD também já disse que não forma governo se não ficar em primeiro, dado que foi contra essa solução à esquerda em 2015, mas este deputado do Chega também não acredita que mantenha a promessa. “Até porque Pedro Nuno Santos [candidato à liderança do PS] nunca iria viabilizar um orçamento ou um programa de governo do PSD”, finaliza.