Antes de assumir a liderança do PSD, em fevereiro de 2018, Rui Rio herdou de Pedro Passos Coelho um grupo parlamentar de 89 deputados e ainda 54 pessoas para os assistir — entre assessores, assessores de imprensa, secretárias, técnicos de informática e motoristas, que foram saindo e entrando desde as eleições legislativas de 2015. Essa foi a herança: Rio não tinha escolhido nem deputados, nem assessores — e teve vida difícil, com muitos momentos de tensão com o ‘passismo’, que algumas vezes criticou.
Mas Rui Rio foi a votos em eleições legislativas logo em 2019, e o que aconteceu após o ato eleitoral ajuda a explicar a polémica em torno das nomeações do PSD durante o mandato de Rui Rio — que levaram agora a Polícia Judiciária a realizar várias buscas em sedes do partido e na casa do próprio Rio, com o Ministério Público a suspeitar que a direção do ex-líder laranja tenha utilizado subvenções do grupo parlamentar do PSD para pagar salários a trabalhadores do partido e, com isso, a reduzir a dívida do partido (ver aqui).