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Raimundo recusa que país seja "um lamaçal" e pede rapidez na investigação ao PSD

Na quarta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) mobilizou cerca de 100 inspetores e peritos para buscas na casa do ex-presidente do PSD Rui Rio e na sede nacional do partido, por suspeitas dos crimes de peculato e abuso de poderes

NUNO VEIGA/Lusa

O secretário-geral comunista defendeu hoje que é do interesse de todos que se esclareçam as suspeitas sobre o uso de verbas do parlamento para financiar os partidos, recusando a ideia de que "o país é um lamaçal".

"Acho que é do interesse de todos os partidos, e da democracia em si mesmo, que rapidamente esclareçam essas questões", afirmou Paulo Raimundo, considerando que, se as dúvidas não forem esclarecidas, cria-se "uma neblina e misturam todos no mesmo saco".

Questionado pelos jornalistas à margem de uma visita à sede da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Paulo Raimundo disse que ainda não conseguiu perceber o que está em causa do ponto de vista legal mas adiantou que, no caso do PCP, não há "nenhum desses problemas".

"No nosso caso, por exemplo, nós temos todos os nossos assessores nomeados na Assembleia da República a tempo inteiro ou tempo parcial, efetivamente dão um contributo ao trabalho do parlamento. Uns ponto de vista regional outros do ponto de vista setorial, outros naquela matéria ou naquela matéria e, portanto, estamos à vontade desse ponto de vista. Não temos nenhum desses problemas", declarou.

Para o secretário-geral comunista, tem havido "algum tipo de situações recorrentes que têm vindo a manchar aquilo que é a política e os políticos em Portugal", insistindo na necessidade de rapidamente serem esclarecidas as dúvidas que são levantadas.

“O país não é um lamaçal. Nós não alimentamos a ideia de que o país é um lamaçal”, disse.

Na quarta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) mobilizou cerca de 100 inspetores e peritos para buscas na casa do ex-presidente do PSD Rui Rio e na sede nacional do partido, por suspeitas dos crimes de peculato e abuso de poderes.

Em causa, segundo a CNN, que esteve em direto desde o início das buscas, estão suspeitas de um alegado uso indevido de dinheiros públicos, através de verbas da Assembleia da República definidas para a assessoria dos grupos parlamentares e que seriam utilizadas para pagar a funcionários do partido que não trabalhariam no parlamento.

Em declarações aos jornalistas, dentro do carro, ao chegar à sua residência no Porto, o ex-presidente do PSD Rui Rio considerou que o objetivo das buscas domiciliárias de que foi alvo é afetar a sua imagem, afirmando que os pagamentos em causa “não são ilícitos” e acontecem em todos os partidos.