As eleições europeias do próximo ano foram sempre descritas como decisivas para a atual liderança do PSD. Após 9 de junho de 2024, Luís Montenegro terá de se sujeitar a eleições internas, uma vez que terminará então o seu primeiro mandato à frente do partido. No entanto, sem que nada o fizesse prever e em contraciclo com o que tem vindo a afirmar e aos ventos que sopram de Espanha, o líder social-democrata baixou extraordinariamente a fasquia. “Não tem só a ver com ganhar ou perder. Depende. O PSD perdeu as últimas eleições europeias por 12 pontos percentuais. Se o PSD ficar a dois ou três pontos, acha que é um mau resultado? Eu não acho”, disse, na segunda-feira, em entrevista à RTP.
Mesmo sublinhando não ser esse o resultado que pretende, porque está a trabalhar para o seu partido ganhar as europeias, o líder do PSD desindexou a sua continuidade na liderança de um desempenho aquém do esperado nas eleições. “Não vou dizer-lhe que um insucesso eleitoral nas eleições europeias conduz necessariamente à minha cessação de funções”, afirmou. E reforçou, “com certeza que não”, tudo dependerá da “avaliação política” que fizer dos dois anos de mandato que completará na altura. Concretizando, “se tiver a convicção de que estou no caminho certo, de que vamos atingir o objetivo de ser Governo, qualquer que seja o resultado eu continuarei à frente do PSD”.