“O Pedro Nuno Santos é, indiscutivelmente, um dos grandes quadros dentro do PS”, afirmou este domingo António Costa, líder socialista e primeiro-ministro, em entrevista à RTP. E, questionado sobre se o ex-ministro mantém as qualidades políticas - apesar de ter saído do Governo e do que venha a ser concluído pela comissão de inquérito - foi perentório: “Continua a ser” um dos grandes quadros socialistas.
“A atividade política é uma atividade que tem momentos de sucesso e de insucessos, momentos bons e momentos negativos”, disse o secretário-geral do PS, dando o exemplo da sua candidatura autárquica a Loures, há mais de 30 anos.
“Não interferirei na escolha do meu sucessor”, garantiu Costa, nesta entrevista à RTP, a propósito dos 50 anos do PS, em que criticou os populismos e o PSD e enviou recados a Marcelo sobre o cumprimento da legislatura.
Questionado sobre se Augusto Santos Silva será um bom candidato às eleições presidenciais, o primeiro-ministro também considera que não é ainda o tempo para essa discussão. “É tudo muito prematuro, não devemos estar a discutir tudo ao mesmo tempo”, afirmou, considerando que “a vida política tem os seus tempos próprios”.
Costa lembrou que as únicas eleições que vão realizar-se este ano são as regionais da Madeira, pelo que “há-de chegar o momento em que se definem os candidatos às eleições europeias, às eleições autárquicas e às eleições presidenciais”, mas esse momento ainda não chegou.
“Devemos estar preocupados é em resolver os problemas das pessoas”, defendeu o primeiro-ministro, que garante: “A minha agenda, a agenda do Governo, a agenda do PS é a agenda da vida dos portugueses”, que passa por combater a inflação, manter o nível de emprego em máximos e acautelar que os rendimentos vão manter a projeção do acordo de rendimentos.
“Há uma direita que não consegue respeitar a ideia de que este mandato parlamentar se cumpra”, lamentou o líder socialista, que acusa a direita de manter “debates artificiais” que não interessam aos portugueses.
Quanto às manifestações e protestos contra o Governo, considera-os “um direito normal”. “É natural, sobretudo em momentos em que a inflação sobre de 1 para 8%, os protestos fazem parte da nossa vida democrática”, argumentou o primeiro-ministro, que diz valorizar “a vida sindical e a negociação coletiva”.
“Já vivemos há suficientes anos em democracia para não estarmos em sobressalto cada vez que há uma manifestação”, concluiu