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TAP: Líder do PSD diz que diretor financeiro “mentiu ao Parlamento” e pede posição do Governo

“Quero daqui instar o ministro das Finanças e o primeiro-ministro a tomarem uma posição acerca da falta à verdade do depoimento dado na comissão parlamentar de inquérito por este responsável”, afirmou Luís Montenegro

Luís Montenegro, presidente do PSD
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O presidente do PSD acusou esta segunda-feira o diretor financeiro da TAP de ter mentido ao Parlamento e desafiou o ministro das Finanças e o primeiro-ministro a tomarem uma posição sobre esta “falta à verdade” de Gonçalo Pires.

“Quero daqui instar o senhor ministro das Finanças e o senhor primeiro-ministro a tomarem uma posição acerca da falta à verdade do depoimento dado na comissão parlamentar de inquérito [CPI] por este responsável”, afirmou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas, no final da reunião da Comissão Permanente do PSD, na sede nacional do partido.

Questionado se entende que o CFO (diretor financeiro) da TAP deveria ser demitido, o presidente do PSD remeteu essa decisão para o Governo, embora, na sua opinião, esta “falta à verdade” num inquérito parlamentar “inviabilize a assunção das condições exigidas para o cumprimento da tarefa”.

“Mas isso é a nossa opinião, o que é importante é saber a opinião do ministro das Finanças”, disse.

Luís Montenegro salientou que o diretor financeiro da TAP “tem reporte direto ao ministro das Finanças”: “O CFO da TAP mentiu na comissão de inquérito e isso tem de ter consequências”, insistiu.

Questionado se também os ex-governantes têm responsabilidades a assumir, o presidente do PSD considerou que “começa a ficar muito claro que, ao longo dos últimos meses, houve pouca verdade nas intervenções dos membros do Governo sobre este assunto”.

“Há demasiada confusão a pairar no ar, pessoas que diziam que não sabiam, mas pelos elementos documentais afinal participaram diretamente na atribuição da indemnização”, disse, sem referir nomes.

O líder do PSD disse não querer antecipar conclusões da CPI, mas salientou que as audições só começaram há uma semana e já “há demonstrações que o processo estava muito mal explicado”.

Na semana passada, o diretor financeiro da TAP Gonçalo Pires descartou ter conhecimento do acordo para a saída da ex-administradora Alexandra Reis da companhia aérea.

“Não tomei a decisão nem ajudei a tomá-la”, afirmou na comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP.

Gonçalo Pires explicou que teve conhecimento da saída mas só “informalmente”, através de uma comunicação da presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, numa mensagem de WhatsApp poucos dias antes da confirmação oficial.

No entanto, segundo a TVI/CNN, a versão do administrador financeiro contrasta com a de Christine Ourmières-Widener, que será ouvida na terça-feira na mesma comissão, segundo a qual Gonçalo Pires foi informado desde o início do processo da saída de Alexandra Reis.