André Ventura responde às queixas contra o Chega com vitimização. “O Chega é o partido mais ofendido do Parlamento”, afirmou André Ventura esta terça-feira, depois de a deputada socialista Isabel Moreira ter-se queixado da misoginia do partido, num debate na rádio Observador, #Se tiver provas que as apresente, se não as tiver, mais valia estar calada", disse Ventura numa conferência de imprensa convocada para anunciar que o seu partido não tem objeções a que sejam ouvidas entidades externas ao Parlamento sobre a liberdade de expressão dos deputados, como o presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, sugeriu esta segunda-feira aos partidos.
“O Parlamento autorregula-se”, disse o presidente do Chega, numa posição semelhante à do PS que não rejeitou a audição de presidentes do Tribunal Constitucional (TC), mas considera que o principio deve ser da autorregulação. Uma discussão que tem origem num episódio em plenário na passada sexta-feira, quando Ventura se referiu ao povo turco como sendo pouco trabalhador.
A este episódio juntam-se várias outras queixas sobre o comportamento de deputados do Chega, dentro e fora do plenário. “Habituem-se porque esta intensidade vai continuar a existir”, avisou o líder da direita radical para quem “o ambiente no Parlamento é a expressão da fúria dos portugueses contra o sistema”. E lembrou que o Chega teve mais de um milhão de votos.
“A esquerda e algum centro-direita têm saudades de Santos Silva” que tirava a voz ao Chega, mas “os portugueses fizeram também a sua escolha quanto a Augusto Santos Silva”, continuou Ventura, que falava na sede do Chega.
Questionado sobre as queixas de Isabel Moreira, partiu para as suas próprias queixas. “O Chega é o partido mais ofendido no Parlamento. Os mais agredidos naquele Parlamento somos nós. Somos insultados de racistas, fascista, xenófobos. Se andassem comigo o dia todo iam ver e nunca me vim queixar para frente das câmaras”, afirmou Ventura, que acusou a deputada socialista de estar “a fazer uma figura cada vez mais ridícula”.
Ventura queixa-se de várias deputadas, como Isabel Moreira e Mariana Mortágua, nem sequer lhe responderem quando as cumprimenta na Assembleia da República.
Na legislatura passada, face a notícias de ofensas de deputados do Chega a deputadas, o então presidente do Parlamento, Augusto Santos Silva, apelou à formalização das queixas, mas ninguém apresentou.
Na conferência de imprensa, Ventura aproveitou ainda para deixar avisos sobre a votação da descida do IRS. Minutos antes de o PSD apresentar a nova proposta de descida de IRS, o presidente do Chega disse que a AD não deve ter pressa em forçar a votação final porque ainda não há condições para consenso.