Nuno Melo, 58 anos, tem um conjunto de características que, à partida, podem agradar aos militares: cumpriu o Serviço Militar Obrigatório e foi comandante de pelotão, deu instrução como alferes e exerceu como Polícia Militar, sabe manejar vários tipos de armas - aliás, coleciona armas de caça e armas antigas - e é líder de um partido e tem esse peso político (apesar de não ser ministro de Estado e de o CDS ser hoje mais júnior do que no tempo de Paulo Portas, depois de ter recuperado dois deputados na barriga de aluguer do PSD).
No campo da linguagem, não terá de se adaptar para compreender e falar o jargão militar. Tem larga experiência internacional no plano europeu, foi eurodeputado durante 15 anos, e poderá ter a sensibilidade para tentar convencer o primeiro-ministro a atingir mais cedo os 2% de investimento em Defesa comprometidos com a NATO e que o Governo de António Costa adiou deste ano para 2030. Em tempo de guerra na Europa, essa será uma das questões a avaliar, uma vez que Luís Montenegro não se comprometeu em acelerar os novos prazos na campanha eleitoral.