A maioria dos reformados chegou a 2024 sem perder poder de compra e até a acumular ganhos acima da inflação, que nos últimos anos disparou para níveis inesperados. Os aumentos reais variam consoante os escalões de rendimento, mas um reformado com uma pensão média, que em 2021 recebia €500, chegará ao próximo ano com um ganho real (já descontando o efeito do aumento de preços) de 2,6%. É o resultado da fórmula de atualização das pensões, que o Governo decidiu, afinal, manter em vigor, mas também de aumentos intercalares que foram decididos nos últimos anos.
No espaço de três anos houve cinco atualizações ao valor das pensões,
CINCO AUMENTOS EM TRÊS ANOS
Contas feitas pelo Expresso, somando o aumento das pensões no início de 2022 (por um mínimo de €10), o “complemento extraordinário” em outubro, as subidas em janeiro e julho deste ano, e a atualização já conhecida para janeiro de 2024, um reformado com uma pensão de €400 no final de 2021 poderá acumular no início do próximo ano um aumento real de 3%.
Alguém com €500 em 2021, a pensão média da Segurança Social em Portugal, irá acumular um ganho real em torno dos 2,6% no conjunto do período. A partir daí os efeitos vão-se desvanecendo, e só os reformados com pensões mais altas, até 12 vezes o indexante de apoios sociais (o IAS, que serve de referência a um conjunto alargado de prestações sociais), não terão recebido atualizações suficientes para compensar a totalidade do aumento dos preços neste período
Valor médio das pensões
Em dezembro de cada ano. Em euros
Os resultados são mais favoráveis do que acontece, por exemplo, com os funcionários públicos, onde, à exceção de algumas carreiras (como os assistentes operacionais e técnicos cuja tabela salarial foi revista), continuam a ter expressivas perdas reais de rendimento. Apesar disso, os reformados continuam a ter razões de queixa. O valor das suas reformas é historicamente baixo. Seja por terem descontado poucos anos, por terem salários baixos ao longo da vida, ou por haver descontos que se perderam ou não foram considerados, as pensões médias em Portugal rondam os 500 euros.
Os valores tendem a aumentar com o tempo, e nos últimos anos têm aumentado acima do que a lei exige e da inflação, mas revelam-se, só por si, insuficientes para fazer face a um cabaz de despesas onde a saúde e os apoios sociais pesam.