Um dos temas incontornáveis da agenda da União Europeia (UE) nos próximos tempos será, indubitavelmente, o das Migrações. De facto, desde 2015 tem vindo a assistir-se a um crescimento dos fluxos migratórios para a UE, provenientes das mais diversas origens, desde a África subsariana, Médio Oriente e sudeste asiático, e com as mais diferentes naturezas. E a UE desenvolve uma política comum de imigração e asilo, que é das políticas mais complexas do processo de integração europeia. É difícil chegar a um entendimento entre os 27 sobre políticas de imigração, já que são profundamente diferentes as prioridades, histórias, afinidades culturais e estratégias económicas e demográficas dos Estados-Membros. Por outro lado, o controlo das migrações é tido como pertencente ao “núcleo duro das soberanias”, em que os Estados pretendem permanecer o mais livres possível para determinar que e quantos estrangeiros entram nos seus territórios. Estas vontades ditaram, por exemplo, que o Reino Unido e a Dinamarca permanecessem fora destas políticas comuns, e que nos Tratados se estabelecesse que cada Estado manteria total liberdade para fixar quotas anuais de imigração para efeitos de trabalho.