O agora ex-secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, foi constituído arguido no âmbito da operação Tempestade Perfeita e é suspeito de corrupção e participação económica em negócio. De acordo com comunicados da Polícia Judiciária (PJ) e do Ministério da Defesa decorre esta sexta-feira uma operação policial com mandatos de busca ao Ministério e a casa de Capitão Ferreira.
“A Polícia Judiciária, em investigação atribuída à Unidade Nacional de Combate à Corrupção, procedeu, no dia de hoje e na sequência da Operação “Tempestade Perfeita”, cujas primeiras buscas e detenções ocorreram em 6 de dezembro de 2022, à realização de nova operação policial visando a execução de dois mandados de busca, um de busca domiciliária e o outro de busca não domiciliária, visando a recolha de elementos probatórios complementares e relacionados com suspeitas de práticas criminosas no exercício de funções públicas, designadamente corrupção e participarão económica em negócio”, lê-se no comunicado da PJ, divulgado já depois de uma curta nota do Ministério da Defesa, que deu conta da realização de buscas.
“O Ministério da Defesa Nacional confirma a presença da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas suas instalações, na Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional, no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021”, diz a nota em que o Ministério “reafirma a total colaboração com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado”.
Ainda segundo o comunicado da PJ, a operação foi “desencadeada no âmbito de inquérito titulado pelo DIAP Regional de Lisboa, que contou com a colaboração da Unidade de Perícia Tecnológica Informática e foi acompanhada por duas Magistradas do DIAP Regional de Lisboa, decorreu na região de Lisboa, tendo-se procedido ainda à constituição de um arguido”.
No período de investigação indicado, o ministro era João Gomes Cravinho, agora ministro dos Negócios Estrangeiros.
A operação policial foi conhecida poucas horas depois de ser conhecida a exoneração do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, envolvido em vários casos, o último dos quais divulgado esta semana pelo Expresso.
Marco Capitão Ferreira desempenha cargos na área da Defesa há quase duas décadas. Entre 2006 e 2008, foi adjunto do ministro da Defesa, na altura Nuno Severiano Teixeira. Depois passou a administrador da Empordef - Empresas Portuguesas de Defesa, onde ficou até 2011. Em 2019 foi presidente da comissão liquidatária da Empordef e, entre 2020 a 2022, foi presidente do Conselho de Administração da IdD, a holding das indústrias de Defesa, e administrador da OGMA.
Texto atualizado às 13h15, com comunicado da PJ