Em 2021, Marco Capitão Ferreira presidia à idD Portugal Defense, quando levou Alberto Coelho — o ex-diretor-geral de Recursos de Defesa Nacional (DGDRN) que lhe pagou €61 mil pela assessoria de cinco dias — para administrador da ETI, uma das participadas do grupo. A nomeação deu-se após a Inspeção-Geral de Defesa Nacional considerar “ilegal” a atuação de Coelho (hoje arguido por corrupção na operação Tempestade Perfeita) nas obras no Hospital Militar de Belém, que quadruplicaram de €750 mil para €3,2 milhões. Há duas versões sobre quem o sugeriu: o ex-ministro da Defesa Gomes Cravinho disse que foi um pedido da idD. Capitão afirmou no Parlamento que “essas nomeações são da competência das tutelas financeiras e sectorial, devidamente articuladas”, atirando para o ministro. Numa última versão, disseram ambos que foi em “diálogo”.
A idD não publica relatórios e contas há dois anos: as relativas a 2021, o último ano da gestão de Capitão Ferreira (2020-22), continuam por conhecer. O mesmo acontece com o relatório de 2022, que devia ter sido publicado no primeiro trimestre deste ano. A administração da idD garante que as contas de 2021 já foram aprovadas “tendo sido emitida a certificação legal pelo revisor oficial de contas e emitido o parecer pelo conselho fiscal”. Mas ainda não foram publicadas. As de 2022 estão “em fase final de auditoria e revisão legal”. A data da assembleia-geral está a ser articulada com as Finanças, para o terceiro trimestre.