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Crise política

“É como um dia em que alguém vai casar”: no evento que uniu Tony Carreira e Montenegro, o 25 de Abril foi secundário - a campanha, não

Luís Montenegro também tem ‘groupies’, mas foi Tony Carreira quem mais mobilizou, no evento “São Bento em Família”, que reuniu cerca de duas centenas de pessoas. Festejar o 25 de Abril tornou-se secundário, e a campanha arrancou a todo o vapor

TIAGO MIRANDA

É 1 de Maio, mas 25 de Abril outra vez. Por isso, o hino de campanha da AD, que repete “deixem o Luís trabalhar”, nunca fez tanto sentido. Se fosse uma ação de campanha, dificilmente seria melhor — o primeiro-ministro e a sua mulher entre o povo, a dançar e a aplaudir, com baladas românticas, o efeito Tony Carreira a bater, um clima que o próprio artista definiu como “um dia em que alguém vai casar”, Luís Montenegro a entoar “sonhos de menino” juntamente com o cantor, ao modo de uma despedida de solteiro. Sem cobranças políticas, sem apontamentos de censura, e alguma semiótica musical a ajudar.

Cerca de duas centenas de pessoas juntaram-se à festa no número 6 da Rua Imprensa à Estrela, em Lisboa, no palacete de São Bento e residência oficial do primeiro-ministro: os mais velhos, as ‘groupies’ de Tony Carreira e até de Luís Montenegro, crianças, estrangeiros, curiosos que por ali passeavam e algumas famílias. Era justamente esse o mote — “São Bento em Família” —, e o líder do Executivo confessou-se “feliz” por ver famílias — "um esteio da sociedade” —, junto dos governantes.