“Garantidamente” que o CDS-PP vai ter pelo menos dois deputados – Lisboa e Porto – na próxima legislatura, afirmou este sábado Luís Marques Mendes no seu habitual espaço de comentário na SIC Notícias. O comentador garantiu ainda que a nova Aliança Democrática, anunciada ontem por CDS-PP e PSD, vai permitir ao partido liderado por Nuno Melo ter outros dois candidatos à Assembleia da República “numa zona cinzenta” de eleição, nas legislativas de 10 de março.
A concretizar-se o melhor cenário, os centristas ficariam com um grupo parlamentar de quatro deputados, após terem sido afastados do Parlamento nas legislativas de 2022. Isso seria “uma boa notícia para a democracia”, opinou Marques Mendes.
A formação de uma AD 2.0 é vista como “uma decisão natural” pelo militante do PSD e 'pré-candidato' à Presidência da República. “Os dois partidos já se coligaram várias vezes, e é uma decisão que tem vantagens para ambas as partes”, afirmou. Depois, avançou os nomes de três membros da sociedade civil que vão ser convidados a integrar as listas da nova AD: Miguel Guimarães, ex-bastonário da Ordem dos Médicos; Eduardo Oliveira e Sousa, ex-presidente da Confederação de Agricultores de Portugal; e Alexandre Homem Cristo, investigador na área da educação.
Os convites ainda não terão sido feitos, mas Luís Montenegro garantiu no início do mês que as listas do PSD iriam incluir “cidadãos independentes”. Além disso, Miguel Guimarães e Alexandre Homem Cristo foram convidados pelo PSD para participar nos debates das jornadas parlamentares do partido, que se realizaram em meados de outubro.
Do lado do CDS-PP, o comentador avançou os nomes de Paulo Núncio, Nuno Magalhães, Isabel Galriça Neto e João Almeida como candidatos a deputados – além do próprio Nuno Melo. No entanto, segundo Marques Mendes, nem todos estarão em lugares elegíveis à partida.
O filho de Marcelo e os problemas sociais de um ano “agitado”
Analisando o caso das gémeas com uma doença rara que foram tratadas no SNS após intervenção do filho do Presidente da República, Marques Mendes acusou Nuno Rebelo de Sousa de ter “metido uma cunha” quando pediu uma reunião com o então secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.
“Aparentemente, o secretário de Estado da Saúde não cometeu qualquer crime. Mas não sai bem nesta fotografia”, afirmou Marques Mendes, antes de virar atenções para o filho de Marcelo – que “abusou” do nome do pai, garante. “Mas, já agora, se Nuno Rebelo de Sousa quer ser uma figura pública e até gosta de apresentar cumprimentos aos governantes, porque é que não dá uma explicação pública do que aconteceu? Ficava-lhe bem”, considerou.
Em jeito de balanço do ano que agora termina, o pré-candidato a Belém classificou 2023 como “agitado, surpreendente e polémico”. E destacou pela negativa os casos da TAP, a degradação do SNS, e o dinheiro que as autoridades encontraram na residência oficial do primeiro-ministro.
A isto acrescem “três questões sociais sérias” que têm de preocupar a parte do país que já está em “campanha eleitoral”, alertou Marques Mendes: o aumento do custo da alimentação, o aumento do custo da habitação, e o aumento do desemprego nos últimos cinco meses.
Para Marques Mendes, a crise política e António Costa são o acontecimento e a figura de 2023, respetivamente. O comentador destacou ainda a Igreja Católica: esteve mal a lidar com o escândalo dos abusos sexuais a crianças, esteve bem na organização da Jornada Mundial da Juventude (apesar de ainda não ter apresentado as contas do evento, ao contrário do que fez a autarquia lisboeta e o Governo).
A nível internacional, Marques Mendes optou por destacar a guerra no Médio Oriente pela negativa; e os avanços feitos na área da Inteligência Artificial pela positiva – que será a “grande revolução do futuro”, garantiu.