Crise política

PSD e CDS vão coligados nas eleições legislativas de março e nas europeias de junho

CDS terá nomes em pelo menos dois a três lugares elegíveis. Coligação vai chamar-se Aliança Democrática, recuperando o valor simbólico do acordo que há mais de 40 anos foi impulsionado por Sá Carneiro (PSD), Freitas do Amaral (CDS) e Ribeiro Telles (PPM). Acordo serve também para as europeias de junho

Está confirmado: depois de semanas de negociações e de muita pressão, vinda inclusive de dentro do PSD, os socias-democratas chegaram a acordo com o CDS para uma coligação pré-eleitoral para as legislativas de março e para as europeias de junho. A notícia foi confirmada em comunicado conjunto pelos dois partidos.

A coligação vai chamar-se “Aliança Democrática”, recuperando assim o valor simbólico para a direita da AD de Francisco Sá Carneiro, em 1979, que na altura juntou PSD, CDS, à época liderado por Freitas do Amaral, e PPM, de Gonçalo Ribeiro Telles. E respondendo ao apelo de vários sociais-democratas, um deles Carlos Moedas, que há uma semana, no jantar de Natal do CDS em Lisboa, pediu precisamente um regresso da AD.

Além de legislativas, em que o CDS deverá assegurar pelo menos, entre dois a três vagas em lugares elegíveis, PSD e CDS irão juntos às europeias de junho de 2024, e “em sintonia com os compromissos regionais para as eleições nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores de 2023 e 2024, respetivamente, e com os entendimentos de base local para as eleições autárquicas de 2025”.

PSD e CDS, mas não só. O documento que sela o acordo fala ainda “num conjunto de personalidades independentes”. Aliás, as metas gerais desse documento são as mesmas que estão inscritas no manifesto assinado por cerca de 100 personalidades em apoio de Montenegro, e que o Expresso noticiou na semana passada.

O que é um sinal de que uma parte dos signatários do manifesto vão ser chamados pela direção do PSD e do CDS para integrarem a lista de deputados à Assembleia da República. Montenegro e o seu núcleo duro vão levar essas propostas ao Conselho Nacional do partido na primeira metade de janeiro.

No documento agora divulgado, em cinco pontos, PSD e CDS afirmam que querem formar um governo “com muito mais ambição”, no sentido de “crescimento da economia e dos rendimentos e oportunidades para todos os portugueses”, com “coragem reformista”, em áreas como a inovação e o Estado Social, com “forte consciência social e baseada na dignidade da humana”, elevada “exigência ética” e, como Montenegro tem repetido, seja uma alternativa “moderada, europeísta, atlantista e lusófona, defensora da liberdade, da igualdade de oportunidades, da segurança dos cidadãos e da defesa do país”.